"O que eu estava fazendo aqui? Qual era o sinificado desta viagem? Estaria eu apenas vagando por aí por alguma agitação vinda das drogas? Ou eu realmente havia vindo a Las Vegas para escrever uma reportagem? Quem são essas pessoas, esses rostos? De onde elas saíram? Elas parecem caricaturas de vendedores de carros usados de Dallas e, por Deus, há um monte delas às 4h30 de um domingo de manhã, ainda buscando o Sonho Americano, aquela visão do grande ganhador emergindo do caótico último minuto pré-amanhecer de um velho cassino de Vegas".
"Muito estranho para viver, e muito raro para morrer”, diz Raoul Duke, alter-ego de Hunter S. Thompson no livro Fear and Loathing in Las Vegas. Ele se referia ao amigo, sob a alcunha de Dr. Gonzo, mas também a si mesmo e a toda a corja de malfeitores que fazem o mundo girar. E giram com ele. Thompson escancarou o jornalismo, enfiando o dedo nas feridas da América selvagem e berrando opiniões. Mas só até 2004, quando meteu um tiro na cabeça após uma longa vida de idas e vindas, letras, medos e delírios. A busca pelo Sonho Americano ainda não acabou - ela continua imersa em todos os outros insanos sofredores apaixonados que renascem todos os dias em suas estranhezas.
Um comentário:
o cara tentou a vida toda e não teve entorpecente que desse cabo dele. por fim chamou na chincha e meteu uma bala nos cornos ele mesmo. não sei exatamente o que leva um sujeito a se suicidar aos 64 anos, mas, enfim: o fato é que vc pode até não gostar de thompson, mas precisa admitir que ninguém escrevia como ele.
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